sábado, 9 de novembro de 2019



Joker, o filme
(Coringa, no Brasil)


Joaquin Phoenix
(o ator que lhe dá vida)
Estrondosa a interpretação deste ator, que nos deixa sem fôlego, do princípio ao fim do filme!
Mas, o filme é mais do que uma boa interpretação. É um autêntico "murro no estômago"! Confronta-nos com a realidade nua e crua; sem disfarces... Faz-nos, mesmo, pensar!
Mostra-nos uma sociedade violenta e discriminatória, que ajudámos a criar, não tenhamos dúvidas disso! E, esta não é uma cidade americana..., longe da nossa realidade. Esta pode ser, e é, a nossa cidade, também!
Talvez este não seja o nosso dia-a-dia no terreno, porque não frequentamos bairros problemáticos ou, não andamos de transportes públicos fora de horas ou, simplesmente porque não reparamos no que está à nossa volta ou, pior do que isso, não queremos ver, o que está à nossa volta! Mas estas notícias abrem telejornais e enchem manchetes de jornais, todos os dias.., só que nos parece tudo tão distante..., tão cinematográfico, que nos esquecemos de que são imagens de notícias reais e de que as escolhas que fazemos todos os dias, são também responsáveis por elas! As nossas atitudes, mais do que os nossos discursos, moldam personalidades e, às vezes, basta um fósforo, para incendiar uma floresta inteira! Todos acreditamos que somos pessoas pacíficas, tolerantes e incapazes de apontar o dedo, de ignorar o que está à nossa volta mas, a sociedade é o reflexo de quem nela vive... e, se esta é a nossa sociedade, então, não temos feito o melhor que podíamos por ela! A culpa é da falta de tempo, dizemos.. mas, se pensarmos um bocadinho, sabemos que a resposta é outra! Este homem, com perturbações mentais, que não conheceu o pai, cuida da mãe, com desvelo; tem sonhos que anseia concretizar, como o de ser comediante. Não faz mal a ninguém e, vai fazendo uns biscates, como carregar placards de publicidade ou vestir-se de palhaço para animar crianças doentes, que se encontram hospitalizadas. A síndrome que o afeta, provoca-lhe ataques de riso descontrolados, sobretudo quando está em situações de stress. Trás um cartão, que mostra nestas circunstâncias, às pessoas, tentando explicar o porquê das gargalhadas sem propósito, para que entendam e não levem a mal. Mas, a sociedade que criámos, não está preparada para a diferença e, num segundo, tudo muda! 
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       Manuela Moreira        


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