Por onde andei eu durante estes meses?
E, longos meses.. diga-se de passagem..
Parece que acordo agora de uma longa jornada...
onde visitei outros mundos.., outros sentires..
vi outras realidades..
mas não interagi com o que vi..
nem sequer tentei, afinal ..
No entanto,ao que julgo saber, também essa possibilidade
me estava vedada!
Há sensibilidades em nós que não sabemos existirem..
até ao momento em que são despertadas por algo..
que foge ao nosso universo rotineiro,
ao nosso conhecimento empírico..
onde somos e nos mexemos, onde vivemos e existimos!
Foi especial chegar à Terra dos Sonhos.., confesso!
Desbravar a neblina cerrada e ficar cara-a-cara,
com um sonho meu, tão sonhado..
Algo que do nada surgiu e existiu.. e, se fez presente!
No entanto..
Nada é perfeito.. e, eterno.. até mesmo na Terra dos Sonhos..
e, um belo dia...
um tom discordante soou, forte, imperioso.. ruidoso!
alterando o acorde e mudando por completo a melodia!
Tentei ainda assim..
pegar naquele instante-tempo e salvá-lo.. da agonia!
transportando-o para a realidade!
Mas... eu não sabia!
Isso não é possível..
O que existe na Terra dos Sonhos.., só existe lá..
Quando transportado para outros mundos.. outras realidades..
morre.. definha.., dilui-se no meio da neblina..
deixa de ser.., de fazer sentido!
E.. assim.. da mesma forma como lá cheguei,
àquela Terra dos Sonhos.. sem que desse conta..
também de lá saí..
não sem umas arranhadelas que doeram um pouquinho.., tenho de admitir..
afinal.. não é todos os dias que temos a hipótese,
de penetrar nos nossos sonhos e olhá-los de frente!
Mas.., o que é um facto.. é que também de lá saí!
e que tal como num sonho corriqueiro..
há coisas das quais me lembro e, outras não!
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Manuela Moreira
De repente, nem um sonho nos faz lembrar. Nem a sombra do que não vimos nem a luz do que sentimos.
ResponderEliminarA gargalhada não abranda enquanto o palco continuar a fervilhar de vida e entusiasmo. Por vezes, o actor desprende-se e solta a imaginação e dá por si a "brincar" a brincadeira do autor. Depois volta, reconhece o texto da peça, relembra a melodia, repete e duplica sentimentos.
No limite do seu pensamento, ecoam sons do seu puzzle incompleto. Não é por isso que a lágrima assoma. São os porquês dum mundo humano que fervilha à sua volta.
Terra de sonhos, terra confessa de realidades subtis. Terra onde o sonho vai e vem... e no corriqueiro esquecimento se fica.
Tudo bem! Se na calma dos dias colhermos o fruto, ele será o doce das lembranças quentinhas que rodeiam a paz que nos protege. Afinal, quando deixaremos de ser? Quando findará a magia do presente?
Quando deixarmos de sorrir? Quando, se o puzzle da própria existência tem sempre uma peça que teima soltar-se?...
Não existe o impossível, mesmo num mundo que é físico! Mesmo em estradas que se cruzam. Mesmo em mentes que se atropelam, na dúvida e na escuridão.
Vem amar! Amar, ainda que dôa, ser amado porque envaidece. Acreditar no amor, faz-nos mais felizes mas faz-nos, também, sermos importantes. Damos porque somos! Se não "fossemos", teríamos para dar?...
Não sei se há explicação para tal. Acima de qualquer pensamento, há o conhecimento interior. No nosso lugar mais íntimo, onde tudo faz sentido, onde não há mistérios nem as certezas da ciência...
Todos nós sabemos ser! Somos tu e somos eu e somos nós todos "a ser"! Porque UM somos nós todos, e não só é o poeta no seu cantinho dos versos.
Por onde andei que não vi o sonho? Que terra é essa que se remexe, se o instante não mora lá?...
O som de cada puzzle ilumina o corriqueiro.
Porque há coisas que se esquecem.
E há coisas que sempre vivem!
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