Olho através da vidraça do meu quarto, a chuva a cair lá fora. Por entre os grossos pingos, alguns pombos aventuram-se, esvoaçando de um lado para o outro.
São pássaros livres, podem ir onde quiserem!
Continuo a olhar para a liberdade dos pombos, tentando perceber se gostarão da liberdade que têm - pousam nos beirais das janelas, tentando acoitar-se mas, apesar das penas que os cobrem, o espaço não parece ser o mais convidativo para passar uma noite outonal de chuva e vento.
Recordo-me que o meu avô tinha um pombal - os pombos eram livres para ir e vir mas, tinham uma casa, tinham alguém que gostava deles, que os alimentava, que se preocupava com a sua saúde e com o seu bem-estar; Será que os pombos que vejo através da minha janela, gostaríam de viver num pombal como vivíam os pombos do meu avô?
Ou preferirão ser nómadas, buscando novos abrigos a cada envestida de vôo.
Um irmão do meu avô, o Tio Zé tinha pombos-correio - voavam longas distâncias trazendo numa anilha na pata uma mensagem ou outra que o meu avô trocava com o seu irmão; e os pombos lá íam sabendo direitinho o caminho que deveríam seguir entre a casa dos dois irmãos - e, era compensado pelo esforço dos dois lados, pois ambos os adoravam;
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Manuela Moreira
...e que destino procuras tu, que casa, poiso ou "recompensa" é essa que anseias e nao encontras?
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Interessantes os teus comentários Spritof, és um observador/psicólogo. quando escrevi o que escrevi não estava a pensar em mim, conscientemente mas, tens razão, cada pensamento, cada palavra reflecte o que sentimos e o que somos. Que destino procuro eu? Não sei se no mundo actual ainda é possível encontrar o que procuro - a palavra que me faz sentir bem é "segurança" e partilha, calma, carinho, confiança, culminando em amor.., acho!
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