domingo, 20 de março de 2011

Finisterra


A maior parte do tempo estamos tão concentrados
nas nossas angústias e receios,
fixando-nos nos nossos devaneios,
sentindo-nos, quase sempre frustrados e abandonados,
os mais miseráveis seres à face da terra!
E por antítese, vemos nos outros apenas as aparências,
Perfeitos, felizes, saudáveis e eloquentes,
Fazem-nos sentir injustiçados e amaldiçoados,
nesta deprimente finisterra,
onde por azar criámos valências.

Mas de repente a terra treme e das rachaduras que se abrem,
soltam-se suspiros de angústia e medo,
e espreitamos lá para dentro depressa, antes que se quebrem,
e lá dentro não há nada daquilo que imaginámos, só ais..
há olhos baixos e tristes, banhados em lágrimas de solidão,
há velas à volta dos mortos, pedindo oração;
E nós que antes seguíamos a caminho do degredo,
encontramos força e inspiração para vencer a abnegação,
e salvar uns quantos mais!!

   |
  Manuela Moreira

5 comentários:

  1. ...enquanto caminhantes desta escola
    chamada terra, sempre estaremos
    vulneráveis....

    isso chama-se aprendizado!

    bj

    ResponderEliminar
  2. Minha estimada amiga, a lacrymosa, ou as lacrymosas, estão em algum canto na solidão...
    Os poemas são para nos dar alento, nós e a elas também...
    Quento ao teu poema, Deus sabe de que alma bendita ele foi concebido.
    Beijos do teu leitor.

    ResponderEliminar
  3. Se um dia lágrimas vierem ao seu rosto, não pense no porque! Pense nas folhas do outono, elas não caem porque querem, e sim porque chegou a hora

    Raphael Bacellar

    Beijos outonais e Feliz Semana! M@ria

    ResponderEliminar

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