O dia a dia, frenético e barulhento, terra-a-terra,
na maior parte do tempo, aparta-nos da poesia,
que requer silêncio, introspeção e magia..
Não conseguimos, em andamento, no teatro que a vida comum encerra,
ouvi-la e traduzir a sua essência, de forma plena.
Mas ela está lá, mantém-se viva nos poemas e nos versos, Sophia,
à espera de ser encontrada e libertada com urgência.
Torna-se lava à superfície, quando incandescente e sofrida, Espanca!
E suave e delicada, mas incisiva, quando Clarice aflora e espanta.
Metamorfose disponível em mil cenários possíveis para escrever,
a poesia, em rédea solta, voa ao sabor do vento e do nosso pensamento,
qual folha, espraiando-se pela planície fecunda, em notas de beleza e sentimento,
tocando acordes agudos, antes intocados, à luz do nosso entardecer..
Poesis vibrante e estrela de luz e explendor.
Capaz de transformar em beleza, as trevas e a dor.
De um perfeito sentido estético (traduzido na palavra),
transforma facilmente o banal em épico, encantando de espanto, o maior cético.
É o caos do pensamento, onde as ideias se misturam, formando palavras que rimam.
Mas soltas, no papel virtual ou verdadeiro, não carecem, verdadeiramente, de senso para serem reais,
pois rimar é essencialmente sentir, deixando a verve aflorar em acordes que sublimam;
E as palavras assim libertadas, crescem e permanecem e nunca são banais...
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|Manuela Moreira